Troféu Celina Jallad: Legado das mães atípicas é reconhecido em homenagem na ALEMS

Força, resiliência, luta, direitos: essas palavras definem as homenageadas desta manhã (11) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). A concessão do "Troféu Celina Jallad" é alusiva ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, e celebra a “Justa homenagem às mulheres e mães atípicas”, tema escolhido pela propositora Mara Caseiro (PSDB), em conjunto com as deputadas Gleice Jane (PT) e Lia Nogueira (PSDB), para festejar a data. Quem participou do evento foi acolhido no saguão da ALEMS pelas belas interpretações do Coral dos Servidores da Assembleia Legislativa. Foram quatro músicas, entre elas “É Primavera”, canção de Tim Maia e “Bandeira Branca”, composta por Max Nunes e Laércio Alves, em 1922. A dupla sertaneja Victor Gregório e Marco Aurélio também se apresentou no Plenário Júlio Maia. Benjamin Rhiad, filho de uma das homenageadas, interpretou uma canção durante a solenidade, e ao final a Banda Down Rítmica esteve também no saguão da Casa de Leis dando o tom para a comemoração.
Mara Caseiro destacou a importância da mulher na sociedade. “Falar sobre ser mulher é falar sobre resiliência, luta e transformação. E dentro desse universo, há um grupo de mulheres que representa a mais pura expressão do amor incondicional e da superação diária. Aquelas que cuidam de pessoas com deficiência e necessidades especiais, mães, tias, irmã, avós, essas cuidadoras, muitas vezes invisibilizadas. Ser mãe já é um desafio enorme, mas ser mãe atípica é uma jornada ainda mais exigente. Mulheres que abrem mão de suas carreiras, lazer e até de sua saúde para garantir a qualidade de vida para os filhos, enfrentando desafios financeiros, em sua luta por direitos, inclusão social e batalha constante por tratamentos adequados”, detalhou.
“O Governo e a Assembleia estão juntos no programa ‘Cuidar de Quem Cuida’, que garante uma renda, e recentemente foi aprovado o projeto para que haja a acumulação de benefícios, permitindo que mais mães atípicas possam receber. Precisamos seguir fortalecendo políticas públicas e confirmamos a força das mulheres, reafirmando nosso compromisso. Que essa homenagem não fique só em palavras, mas em atitudes concretas, a luta de vocês deve ser a luta de toda a sociedade”, concluiu a deputada Mara Caseiro.Mãe atípica, a deputada Lia Nogueira se emocionou ao fazer sua saudação. “A emoção que estou sentindo por essa sessão solene é enorme. Parabenizo a deputada Mara Caseiro, que teve a ideia sobre o tema. Cumprimento principalmente as mães atípicas de Mato Grosso do Sul que estão representadas hoje por várias histórias. Hoje será um dia ímpar nesse Parlamento. Hoje o Estado de Mato Grosso do Sul vai poder enxergar com mais carinho, respeito, e políticas públicas, nós, mães atípicas. É necessário refletir sobre nosso papel, o preconceito que nossos filhos enfrentam e a sociedade ainda não está preparada para incluí-los”, desabafou.A deputada Gleice Jane lembrou os passos que levaram ao 8 de março ser o Dia Internacional da Mulher. “Um dia muito especial e construído pela luta das mulheres, em 1908, trabalhadoras reuniram-se em uma grande marcha, devido a desigualdade em direitos; em 1910, mais de 17 países organizaram-se em um dia para o debate de nossas vidas e desigualdades, e não foi marcado o dia naquele momento. No dia 8 de março de 1917, mulheres russas uniram-se. É importante olharmos para essa história, 8 de março é um dia de luta para as mulheres, marcando a desigualdades que assolam nossas vidas”, destacou.
A deputada lembrou que a pauta deste ano são as violências contra a mulher e o feminicídio. “Tem sido uma marca e esse ano uma pauta do Ministério das Mulheres para termos o “Feminicídio Zero”. Pela primeira vez os três poderes falarem sobre o assunto. Esse pode ser um ano de avanço. A violência contra a mulher acontece de várias formas, e uma das formas é a invisibilidade das mulheres, e, neste caso, das mães atípicas, que deixam suas vidas, trabalhos, e vivem só para seus filhos, uma violência da sociedade em relação às mães atípicas. Essa luta chegou aqui, podemos transformar e construir políticas públicas para transformar esse cenário. Tenho certeza que da mesma forma que avançamos, iremos avançar mais se continuarmos juntas, enxergando as dores uma das outras, formando uma sociedade, justa e igualitária”, ressaltou Gleice Jane.
Fabiana Jallad, filha de Celina Jallad que tem o nome no troféu concedido na solenidade, falou do acolhimento da Assembleia Legislativa à sua família. “Essa Casa abraçou a minha mãe por anos e anos e foi um dos últimos lugares que ela passou em vida. Celina era movida por sonhos, ideais, mulher que acreditava na força do querer e do agir, uma mãe atípica. Não foi fácil, mas ela venceu e eu acredito que vocês mulheres, mães atípicas, já são vencedoras. Valeu a pena ela ser uma mãe atípica, com todas as dores, e valerá para vocês, porque os filhos e filhas são ensinamentos e por meio da dor nós recebemos força, fé e coragem. Vocês vão deixar um legado, um nome marcado. Gratidão a vocês que mantém viva a chama da Celina. Olhem para as mulheres que estão aí e possam nunca ter sido reconhecidas nessa vida. Levantem e aplaudam elas, todas as mulheres de nosso Brasil”, conclamou.
Homenageadas
Ana Paula Cruvinel Ruela Pereira Garcia, Eliana Rodrigues de Souza Barbosa, Glória Cynthia Nabrink, Patrícia Torres Ferreira, Maximino, Rosana Brandão Rodrigues, deputada Lia Nogueira, Elisangela Silva de Souza, Ariane Valensuela, Gabriela Escobar da Silva conde, Jessica Cariaga Alves, Maira Benites Brum, Camila Latre Dias, Edilene Pereira Ribeiro, Elizete Carneiro, Suany Danielly Amaral Oliveira, Suzana de Arruda Menacho, Adriana Marlene Moreno Pires, Joelma Eduarda dos Santos Belo, Karla Lemos de Souza, Sayuri Baez, Leilamar Corrêa, Maria de Sousa Ferreira, Gisele Mendonza Veiga, Mara Rubia Benites Gamon, Kelly Cristina da Costa Leal, Lili Daiana Ricaldi, Mônica Ilis da Silva Vargas, Márcia Romero Moraes Barbosa e Marilda Queiroz.
Participaram da solenidade os deputados Antonio Vaz (Republicanos), Roberto Hashioka (União), Renato Câmara (MDB), João Henrique (PL), Paulo Corrêa (PSDB), 1º secretário da ALEMS; Pedrossian Neto (PSD), Paulo Duarte (PSB), Caravina (PSDB), presidente da CCJR; e Pedro Kemp (PT). Também prestigiaram a homenagem a advogada Kátia Claro, a juíza Elizabete Anache, Aimê Loureiro de Carvalho Pavan, esposa do desembargador Dorival Pavan, presidente do TJMS; a primeira-dama do Executivo, Mônica Riedel.
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