Em 1ª ação, departamento de Musk tira do ar site de agência pró-diversidade: 'Progresso'
Site do Conselho Executivo de Diretores-Chefes de Diversidade, vinculado ao governo dos EUA, amanheceu com o 'erro 404'. Trump afirmou que vai extinguir programas de diversidade em seu mandato. Site do Conselho Executivo de Diretores-Chefes de Diversidade do governo dos EUA antes e depois da posse de Trump, em 20 de janeiro de 2025.
Reprodução
Em primeira ação oficial desde o início do governo Trump, o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), chefiado pelo bilionário Elon Musk, tirou do ar na noite de segunda-feira (20) o site de uma agência pró-diversidade.
O site do Conselho Executivo de Diretores-Chefes de Diversidade amanheceu aparecendo o "erro 404", de página não encontrada. O Conselho tem como objetivo promover práticas de diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade e aconselhar outras agências governamentais dos EUA sobre como as implementar.
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Em primeira ação oficial desde o início do governo Trump, o DOGE escreveu "progresso" em publicação no X —rede social de Musk— com dois prints feitos da página inicial do site do Conselho de Diversidade, um escrito "antes 19 de janeiro de 2025" em vermelho e outro, já fora do ar, escrito em verde "DELETADO 20 de janeiro de 2025".
"E assim começa", afirmou Musk em resposta à publicação de seu departamento.
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O presidente Donald Trump prometeu em seu discurso de posse nesta segunda-feira (20) a extinção de programas de diversidade nos EUA.
"Vamos forjar sociedade que não enxergará duas cores e será baseada no mérito. Agora só existem dois gêneros: masculino e feminino", afirmou Trump.
O Departamento de Eficiência Governamental, cochefiado por Musk e o empresário Vivek Ramaswamy, foi criado por Trump após o bilionário afirmar ser capaz de cortar bilhões de dólares de gastos considerados desnecessários do governo dos EUA.
Polêmica por gesto de Musk
Gesto de Musk gera polêmica durante fala do bilionário em evento da posse de Trump
Elon Musk está no centro de uma polêmica sobre um gesto, feito durante discurso a apoiadores após a posse de Trump, que foi descrito por alguns como uma saudação "nazista".
Ele fez o gesto duas vezes, e as saudações com o braço e a mão estendidos em diagonal foram descritas como "fascistas" ou "nazistas" por alguns e “gesto infeliz” por outros.
Depois de agradecer à multidão em comício na Capital One Arena, em Washington, por “permitir” que o magnata voltasse à Casa Branca, ele bateu no peito com a mão direita e estendeu o braço, com a palma aberta. O bilionário então repetiu o gesto na direção da multidão que estava atrás dele.
Nesta terça, Musk ironizou a polêmica: "Francamente, ataques do tipo 'todo mundo é Hitler' estão tão desgastados", escreveu Musk em uma mensagem publicada em sua plataforma X.
A historiadora Claire Aubin, especialista em nazismo nos Estados Unidos, considerou que o gesto de Elon Musk foi de fato um "sieg heil", uma expressão que significa "viva a vitória" e que foi muito usada durante o período nazista.
Musk fez o que parece ser um gesto nazista
Reuters
Ruth Ben-Ghiat, historiadora e especialista em fascismo, também escreveu no X que "foi de fato uma saudação nazista, e muito agressiva".
Alguns jornais estrangeiros, como o Haaretz de Israel e o The Guardian, escreveram que o bilionário americano "parecia" ter feito uma saudação "fascista" ou no "estilo fascista".
De acordo com a revista americana Wired, muitas figuras de extrema-direita nos Estados Unidos qualificaram o gesto de "incrível".
Nas últimas semanas, Elon Musk multiplicou suas declarações de apoio ao partido alemão de extrema-direita AfD, à primeira-ministra italiana de extrema-direita Giorgia Meloni, e ao partido britânico anti-imigração Reform UK.
"Elon Musk sabia exatamente o que estava fazendo com aquela saudação no comício de Trump. Ele demonstra seu endosso, de maneira explícita, a políticas e a partidos de extrema direita", disse Amy Spitalnick, líder da organização judaica JCPA, em um comunicado.
Brandon Galambos, pastor de 29 anos que estava presente no comício, disse que o gesto do empresário foi acima de tudo "bem-humorado". "Ele é muito engraçado e usa muito sarcasmo", disse à AFP.
"Obviamente, a esquerda vai interpretar isso como um ato nazista ou algo do gênero, mas acho que foi engraçada a maneira como ele fez isso", disse.
A associação ADL para a luta contra o antissemitismo, que entrou em conflito com o bilionário no passado, questionou a interpretação do gesto. "Parece que Elon Musk fez um gesto estranho em um momento de entusiasmo, não uma saudação nazista", escreveu a organização no X.
A congressista de esquerda Alexandria Ocasio-Cortez criticou a reação da ADL. "Vocês estão defendendo uma saudação Heil Hitler que sem dúvida foi feita e repetida", reagiu no X.
Para o historiador Aaron Astor, a saudação do bilionário não deve ser considerada nazista. "Eu critiquei Elon Musk muitas vezes por deixar os neonazistas poluírem esta plataforma", escreveu no X antes de acrescentar: "Mas esse gesto não é uma saudação nazista. É um sinal de mão socialmente desajeitado de um homem autista, que está dizendo à multidão 'meu coração está com vocês'".
Elon Musk anunciou em 2021 que tinha síndrome de Asperger, que gera dificuldades para se relacionar ou comunicar com os outros.
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