Novo chefe do Hezbollah fala pela 1ª vez e afirma: 'Permaneceremos no caminho da guerra'
Naim Qassem, que foi anunciado nesta terça-feira (29), fez suas primeiras declarações nesta quarta e disse que planeja seguir a agenda definida por seu antecessor, Hassan Nasrallah. Novo chefe do Hezbollah do Líbano, Sheikh Naim Qassem, faz discurso de um local desconhecido
REUTERS TV/Al Manar TV via REUTERS
O novo chefe do Hezbollah, Naim Qassem, anunciado nesta terça-feira (29), falou pela primeira vez nesta quarta e disse que o grupo extremista do Líbano irá seguir em guerra contra Israel.
"Continuaremos nosso plano de guerra dentro das estruturas políticas delineadas. Permaneceremos no caminho da guerra. Podemos continuar a lutar por dias, semanas e meses", afirmou.
Segundo Qassem, ele irá seguir a agenda definida por seu antecessor, Hassan Nasrallah, morto em um ataque aéreo israelense na capital libanesa em setembro. Ele também ameaçou Israel:
"Saia de nossas terras para diminuir suas perdas. Se você ficar, pagará".
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Sobre o Irã, aliado do Hezbollah, do Hamas e outros grupos da chamada Resistência Islâmica, o novo chefe disse que o governo de Teerã dá apoio aos planos deles, sem pedir nada, mas ressaltou: "Não lutamos em nome de ninguém ou pelo projeto de ninguém. Lutamos pelo Líbano"
De acordo com fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters, mediadores dos Estados Unidos estão trabalhando em uma proposta para interromper as hostilidades entre Israel e o grupo armado, começando com um cessar-fogo de 60 dias.
Em relação a uma possível trégua, o novo chefe do Hezbollah não descartou a possibilidade, mas deixou claro que será difícil chegar a um consenso:
"Se os israelitas decidirem que querem parar a guerra, dizemos que aceitamos. Mas com as condições que considerarmos adequadas. Até agora não há nenhuma proposta que Israel aceite para nos ser oferecida para discussão.
Nesta quarta-feira (30), no entanto, as Forças de Defesa israelenses continuam sua ofensiva em território libanês e ordenaram que os moradores evacuassem a cidade de Baalbek. Algumas das áreas para onde eles estão fugindo já estão cheias de pessoas deslocadas.
Bilal Raad, chefe regional da Defesa Civil libanesa, disse que a força, composta majoritariamente por voluntários, estava pedindo aos moradores que saíssem por meio de megafones após receber telefonemas de alguém que se identificou como militar israelense.
"As pessoas estão umas em cima das outras. A cidade inteira está em pânico tentando descobrir para onde ir, há um enorme engarrafamento", disse ele.
Uma autoridade dos EUA disse que os funcionários da Casa Branca, Brett McGurk e Amos Hochstein, visitarão Israel nesta quinta-feira (31) para discutir uma série de questões, "incluindo Gaza, Líbano, reféns, Irã e questões regionais mais amplas".
A oficialização de Qassem como chefe do Hezbollah
Naim Qassem é eleito novo chefe do Hezbollah
Membro sênior desde a década de 1990, Qassem assumiu o comando do Hezbollah de forma inteirina após a morte de Nasrallah, no final de setembro. Ele foi um dos membros que participou das reuniões que levaram à fundação do grupo extremista libanês, na década de 1980
Nasrallah morreu após um ataque aéreo israelense contra instalações do Hezbollah em Beirute em 27 de setembro. Ele era o chefe do grupo extremista desde 1992, e o principal rosto do grupo. Na ocasião, Israel confirmou que o bombardeio tinha como missão a sua morte. Desde então, Qassem era um dos cotados a assumir, junto com Hashem Safieddine --que teve morte confirmada em 23 de outubro.
Após o anúncio da promoção de Qassam, Israel fez ameaças e disse que seu tempo no comando do Hezbollah será curto.
"Nomeação temporária, não por muito tempo. A contagem regressiva começou", disse o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant.
Quando assumiu a chefia interina do Hezbollah, Qassem fez um discurso televisionado em 8 de outubro, em que afirmou que o conflito entre o Hezbollah e Israel era uma guerra sobre quem choraria primeiro, e o Hezbollah não seria o primeiro a chorar. Durante seu discurso, Qassem disse apoiar cessar-fogo, mas que grupo não "baixará as armas", e que as capacidades do Hezbollah estavam intactas, apesar dos "golpes dolorosos" de Israel.
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